Cunha Couto

Gestor de Crises

Charlie Hebdo: 10 anos do atentado

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Em 7 de janeiro de 2015, militantes islâmicos mataram, a tiros, onze pessoas e feriram vinte na sede da revista Charlie Hebdo, em Paris. Quatro dos mortos eram renomados cartunistas da publicação, acusada pelos atiradores de ofender o profeta Maomé.

A Al Qaeda assumiu a responsabilidade pelo ataque, que chocou toda a nação e motivou milhões de pessoas a irem às ruas em solidariedade às vítimas e em apoio à liberdade de expressão, com líderes mundiais se manifestando em defesa da imprensa livre.

Com isso, a revista ganhou popularidade, e uma edição especial, com o profeta Maomé chorando e segurando uma placa onde se lia “Je suis Charlie”, vendeu mais de oito milhões de cópias.

Dez anos após o atentado, houve repercussão em vários jornais, como na BBC News Brasil, que destacou a palavra “Indestrutível!” estampada na capa da edição especial da Charlie Hebdo no 10º aniversário do ataque terrorista.

Por que Charlie Hebdo foi alvo?

A revista causou controvérsia desde sua fundação, em 1970, por criticar todas as religiões, provocando risos e testando os limites das leis francesas.

No entanto, a representação do profeta Maomé, proibida na maioria das interpretações do islamismo, foi considerada blasfêmia pela Al Qaeda. Antes do ataque de 2015, em 2011, uma capa da Charlie Hebdo foi renomeada “Charia Hebdo” — um trocadilho com “lei Sharia”, ou lei islâmica — e apresentava uma caricatura de Maomé. No dia seguinte, os escritórios da revista foram destruídos em um ataque com coquetéis molotov.

Desafiadora, a revista publicou, em 2012, uma edição que apresentava várias charges que pareciam retratar o profeta nu, defendendo os desenhos como símbolos da liberdade de expressão.

Até que, em dezembro de 2020, um tribunal de Paris considerou 14 pessoas culpadas de envolvimento nos assassinatos ocorridos em 2015 na Charlie Hebdo e em ataques relacionados.

Uma década após 2015, um evento com a presença do presidente Macron homenageou as vítimas desses radicais islâmicos. A Charlie Hebdo segue desafiadora, agora em um escritório secreto e fortemente protegido.

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