Segundo funcionários dos EUA, o Exército russo reuniu 50 mil soldados, incluindo os da Coreia do Norte, para lançar uma ofensiva visando recuperar território capturado pela Ucrânia na região russa de Kursk.
A Rússia mobilizou essa força sem retirar soldados do leste ucraniano — seu campo de batalha prioritário —, o que permite ao país manter a pressão militar em múltiplas frentes.
Por outro lado, a Ucrânia parece ainda manter uma defesa na região capaz de resistir a esse movimento, ao menos por algum tempo.
A expectativa é, portanto, que os ucranianos oferecerão resistência às forças russas e norte-coreanas, podendo lhes causar perdas significativas.
Autoridades ocidentais afirmam que a chegada das forças norte-coreanas representa uma escalada após mais de dois anos de guerra, com a estimativa de que o regime de Pyongyang tenha enviado mais de 10 mil soldados para lutar ao lado da Rússia em Kursk.
De acordo com as notícias, não está claro se o regime de Pyongyang autorizará suas forças a participarem de outras operações na Ucrânia ou se a intenção é que atuem apenas na contraofensiva em Kursk.
Ainda segundo relatos, a Rússia tem treinado os norte-coreanos em fogo de artilharia, táticas de infantaria e combate em trincheiras. Esse treinamento sugere que ao menos parte das forças norte-coreanas estará envolvida nas linhas de frente, enfrentando as trincheiras cavadas pela Ucrânia.
Sem dúvida, a Coreia do Norte possui um Exército numeroso, mas, ao contrário da Rússia, não se envolve em combates terrestres há décadas. Contudo, apesar da inexperiência, essas forças são organizadas, coesas e disciplinadas, segundo avaliação ocidental.
Em troca do envio dessas tropas, acredita-se que a Coreia do Norte espera receber tecnologia da Rússia, bem como apoio diplomático.
Fato é que, se tantos soldados russos não estivessem morrendo, a Rússia não estaria pagando 5 bilhões de dólares, além de transferir tecnologia nuclear, para que Kim Jong Un enviasse soldados norte-coreanos ao front.
Há desconfiança de que os números divulgados sobre mortos nesta guerra possam estar exagerados. Se morrem 1.200 russos por dia, quantos ucranianos mais não estariam sendo mortos? Isso, multiplicado por dois anos e nove meses de guerra, já teria dizimado ambos os Exércitos.
Sabe-se que os russos estão entrincheirados. Quando atacam, escolhem local e hora. Possuem mais armas e mais tropas. Como poderiam morrer mais? Seria o modo russo de guerrear?
Pode ser. Os russos sempre se valeram de superioridade numérica. E assim tem sido na Ucrânia. Por mais que sofram baixas, causam mais perdas ao inimigo; caso contrário, não venceriam.
Historicamente, na Segunda Guerra Mundial, os ataques de infantaria russos eram realizados com dois soldados por fuzil. Quando um caía, o outro assumia e continuava. Quem tentasse retroceder era morto pela própria retaguarda. Era a aplicação do princípio da massa.
Sabemos que, desde Pedro, o Grande, os russos aguardam o inverno para lançar suas tropas numericamente superiores e aniquilar inimigos exaustos e sem reabastecimento.
Por fim, é importante compreender que, por mais que os ucranianos recebam armas da OTAN, suas lideranças ainda mantêm uma mentalidade muito soviética na forma de pensar a guerra.