A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que já foram reportados mais de 18 mil casos da doença em 78 países, o que justifica a declaração da varíola dos macacos como uma emergência de saúde de preocupação internacional.
O vírus monkeypox, causador da doença conhecida popularmente como varíola dos macacos, é estudado há décadas e já foi detectado em pelo menos onze países africanos desde os anos 1970.
A OMS afirma que esse surto pode ser interrompido, se houver informação disponível e medidas para barrar a transmissão e ressaltou a importância de se evitar estigmatizar a doença. Isso porque 98% dos casos até agora ocorreram em homens que fizeram sexo com outros homens.
Associar a varíola dos macacos apenas a homens gays pode ser um erro de estratégia de combate que gerará prejuízos, estigmas e preconceitos como os vividos com o HIV/Aids. Ainda mais porque não é uma infecção sexualmente transmissível e sim uma zoonose viral.
Além da transmissão pelo sexo, ela pode ocorrer por contato com pessoas infectadas, em abraços ou beijos, toalhas ou colchões.
E essas transmissões estão sendo facilitadas pelo descaso com doenças, o fim das restrições relacionadas à Covid-19 e a falta de imunidade da população contra o vírus dessa família.
Como a pandemia do coronavírus, esta crise da varíola dos macacos não chega sozinha, e a solução passará pela integração de uma visão multisetorial do problema e da ameaça, o que inclui a questão social, além da sanitária.