Cunha Couto

Gestor de Crises

Um modelo de gestão de Gabinete de Crises

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Normalmente, imagina-se um Gabinete de Crises em órgãos com servidores públicos, oriundos de carreiras muito estruturadas, onde a metodologia de trabalho, ou melhor, os procedimentos a serem adotados no dia a dia do trabalho são previamente definidos e muito bem disseminados.

Desta forma, o desenvolvimento, por eles, do modelo de gestão do Gabinete de Crises seria, quase que naturalmente, baseado na identificação e na estruturação de uma metodologia de trabalho.

E isso, de fato, ocorreu. Tivemos na Presidência da República uma metodologia desenvolvida, testada em diversas situações e, do nosso ponto de vista, consolidada.

No entanto, para prevenir e gerenciar crises não bastava simplesmente aplicar metodologias, por mais maravilhosas que elas fossem, e isso não ser um apanágio só de servidores públicos. A metodologia deveria ser aplicável a qualquer instituição, aqui incluindo empresas etc.

De positivo, essa metodologia desenvolvida permite a construção de uma equipe multidisciplinar; o efetivo trabalho de todos os participantes da equipe; a socialização dos problemas e das informações entre todos os nossos servidores; a identificação das informações sem a necessidade de reproduzir novas bases de dados; o reconhecimento, por todos nós, de que qualquer crise é da responsabilidade de todos; a identificação, por parte de cada um, da sua participação na prevenção e no gerenciamento de uma crise. Não temos dúvida sobre os ganhos alcançados por termos estabelecido essa metodologia de trabalho.

Cada crise é única

É ainda preciso reconhecer que cada crise é oriunda de situações específicas e apresenta características próprias que precisam ser identificadas e bem entendidas. Uma greve nacional nasce e se comporta diferentemente de uma pandemia ou tem consequências distintas das de uma enchente.

Compreende-se, então, que prevenir e gerenciar uma crise envolve se relacionar com grupos de tamanhos e de qualificações distintas; identificar e utilizar informações mais, ou menos, abrangentes; lidar com situações estratégicas e com outras corriqueiras.

Cada crise, portanto, demanda um entendimento da questão e uma forma diferente de se utilizar a metodologia por nós estabelecida.

Sendo assim entendido, é-nos próprio nos apoiarmos em um modelo gerencial calcado em uma sólida metodologia de trabalho, mas com amplos espaços de definição e de escolha sobre como utilizar tal metodologia. Ou seja, uma forma de trabalhar dinâmica, onde todos possuem espaço para “absorver” o problema e identificar as necessidades, ao mesmo tempo em que trabalham segundo procedimentos estabelecidos e consolidados.

Outro ponto importante a ser destacado: aprendemos que prevenir e gerenciar crises não se assemelha ao estabelecimento de sistemas de controle. Uma crise é, em si, uma situação fora de controle!

Valer-se de um modelo gerencial efetivo para lidar com situações de crise demanda, pois, sabedoria e conhecimento técnico, mas também, humildade diante das situações de realidade que se apresentam. O sucesso do gerenciamento de uma crise não,  necessariamente, determina o sucesso do próximo gerenciamento.

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