No dia 4 de junho de 1989, uma demonstração na Praça da Paz Celestial, no centro de Pequim, foi dissolvida com violência por forças militares. Um dos momentos mais famosos do confronto foi o de um manifestante bloquear uma coluna de tanques.
Essa manifestação foi o trágico desfecho de um movimento popular liderado principalmente por estudantes universitários que clamavam por reformas democráticas, liberdade de expressão, combate à corrupção e maior abertura política na China.
O protesto começou em abril daquele ano, após a morte do líder reformista Hu Yaobang, e rapidamente ganhou adesão de intelectuais, operários e outros segmentos da sociedade.
Durante semanas, a Praça Tiananmen se tornou um símbolo da esperança por mudança, com milhares de manifestantes acampados no local em vigília pacífica. A estátua da “Deusa da Democracia”, erguida pelos estudantes, representava essa aspiração.
No entanto, o governo chinês considerou as manifestações uma ameaça à sua autoridade e, na madrugada de 4 de junho, o Exército de Libertação Popular foi mobilizado para reprimir o protesto, o que fez com violência.
Tanques e tropas armadas invadiram a praça e as ruas ao redor, abrindo fogo contra civis desarmados. Embora o número exato de mortos nunca tenha sido oficialmente divulgado — com estimativas variando de centenas a milhares — o episódio ficou marcado como um dos mais brutais atos de repressão estatal do século XX.
O “Homem do Tanque”, imagem icônica de um indivíduo desarmado enfrentando uma coluna de tanques, tornou-se, então, símbolo universal da resistência pacífica.