Três anos após políticos de todo o mundo se reunirem em São Francisco, nos Estados Unidos, para estabelecer a Organização das Nações Unidas (ONU), foi fundada a Organização Mundial da Saúde. Sediada em Genebra, a OMS, desde 7 de abril de 1948, funciona como uma agência especializada das Nações Unidas, especificamente dedicada à saúde global.
O dia 7 de abril passou a ser o Dia Mundial da Saúde.
Do estatuto da OMS consta que a saúde é um direito de todo ser humano, “sem distinção de raça, religião, crença política, condição econômica ou social”, e que “a saúde de todos os povos é fundamental para a obtenção da paz e da segurança”.
Mais do que isso, a organização entende saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a mera ausência de doença ou enfermidade”. Dessa forma, segundo a OMS, estar saudável é estar bem física, mental e socialmente.
Ocorre que nossa sensação é que, hoje, há mais frequentes e graves ameaças à saúde, o que, como em toda crise, demanda uma atuação conjunta de todos os países e de todas as pessoas para enfrentar essas ameaças.
Resultado disso, em seus 75 anos de história, a OMS teve grandes sucessos; mas também fracassos, para alguns.
Após a desistência de tentar erradicar a malária na década de 1960, um dos mais emblemáticos sucessos da OMS ocorreu em 1980, quando a organização anunciou oficialmente a erradicação de uma doença mortal, com séculos de existência: a varíola.
Entretanto, o mal entendimento de como a OMS funciona tem levado à percepção de falhas dessa organização.
Foi o caso do surto de Ebola (2014 a 2016) na Guiné, Libéria e Serra Leoa, em que a OMS foi criticada por não reagir com rapidez para enfrentar essa epidemia.
No entanto, o seu papel é “orientar a resposta”, e não o de estar presente em um país para o ajudar a lidar com uma ameaça à saúde.
Mais recentemente, todos vivenciamos o enfrentamento da Covid-19.
As recomendações da OMS para essa pandemia não eram obrigatórias, e os países se dividiram em observá-las ou não. Por isso, coube aos governantes tomarem decisões sobre a melhor forma de conter a pandemia em seus países, e isto num mundo imerso em muita desinformação (fake news).
O valor da OMS, então, se mostrou na busca pela aceleração de ações visando ao combate à pandemia e um tratamento o mais igualitário possível para todos os países do globo, o que tivemos dificuldade de alcançar.
Foi após essa experiência com a Covid-19 que melhor entendemos o porquê de a OMS defender que “a saúde de todas as pessoas é essencial para a realização da paz e da segurança e depende da plena cooperação dos indivíduos e dos Estados”.
Que essa crise nos sirva de lição!
Parabéns à OMS por seus 75 anos de vida!