A escolha do cardeal Prevost, americano-peruano, atende à expectativa dos católicos de que o novo papa siga o legado de Francisco e mantenha o Vaticano influente politicamente.
Leão XIV assume uma Igreja em meio a grandes mudanças internas e com vários conflitos pelo mundo. São desafios enormes. Talvez Prevost, por isso tudo, tenha se inspirado nas palavras de Leão XIII, que, entre 1878 e 1903, foi o papa do período do auge da Revolução Industrial, quando a Europa vivenciava revoltas da classe trabalhadora contra o estado de opressão imposto pelos empresários aos operários.
Já Leão XIV assume em um contexto de nova revolução tecnológica, como a da inteligência artificial. Por essa razão, o papa quer levar a fé onde há mais tecnologia, dinheiro e poder, que é onde a missão da Igreja considera urgente, pois a falta de fé traz consigo a perda do sentido da vida.
Em sua primeira missa como papa, no Vaticano, Leão XIV fez referências ao legado de Francisco, citou o Concílio Vaticano II — que buscou aproximar a Igreja dos fiéis — e disse esperar que a Igreja ajude a iluminar “as noites escuras deste mundo”.
Para isso, Leão XIV tem formação científica, foi missionário, é agostiniano e, portanto, possui experiências para trazer paz ao mundo conturbado atual.
Entretanto, o papa não é um semideus nem pode se valer de soluções mágicas para todos esses problemas, mas tem uma boa carta nas mãos: possui vivência entre os povos humildes e de regiões combalidas, podendo reacender a esperança para o mundo em questões sociais, ambientais e climáticas.