Desde o terremoto ocorrido em 2010, o Haiti vem pedindo socorro internacional.
No dia 12/01/2010, um terremoto de 7,3 graus na escala Richter atingiu a nação mais pobre das Américas, resultando em cerca de 300 mil mortos. Como medida de comparação, vale recordar que as bombas atômicas de Hiroshima provocaram 210 mil mortes. O número de pessoas afetadas pelo terremoto foi de aproximadamente três milhões, o que corresponde a um terço da população haitiana.
Dezoito militares do Exército Brasileiro morreram. Outros quatro brasileiros – servidores civis da ONU, policiais militares do Distrito Federal e a coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns – também perderam a vida na tragédia.
O epicentro do terremoto foi em terra, e sua intensidade variou de forte a extrema em todas as cidades haitianas. O país ficou isolado, sem governo, à mercê da ajuda internacional. O prédio do governo, assim como a própria estrutura governamental e seus líderes, foi destruído.
Por toda parte, via-se a ânsia coletiva dos haitianos para escapar do flagelo.
Na verdade, o terremoto do Haiti não foi apenas mais uma questão de ajuda humanitária internacional, da qual o Brasil participaria: era necessário também recompor a capacidade operacional do Batalhão Brasileiro. Além disso, com o desaparecimento do governo haitiano e da liderança da ONU no país, a MINUSTAH passou a exercer o papel de governo disponível – e não se sabia por quanto tempo essa situação perduraria.
Como consequência, o Gabinete de Crise da Presidência da República reuniu-se diariamente, durante quatro meses, para estudar como atender às solicitações recebidas do governo do Haiti, das Nações Unidas e do Batalhão Brasileiro.
Na época, muitas promessas de ajuda internacional foram feitas, mas não se concretizaram após a retirada dos holofotes da mídia sobre a tragédia.
Em 2017, após treze anos de atuação, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH) retirou-se do país, depois de tentar pacificá-lo diante da violência gerada pela saída do presidente Jean-Bertrand Aristide.
Agora, em 2025, diante de um cenário ainda mais crítico, com o agravamento da crise social, sanitária e de segurança, estima-se um novo êxodo de cerca de 200 mil haitianos, que buscam sobreviver em outros países.
Fica claro, portanto, que o Haiti ainda necessita de ajuda. É como se a catástrofe do terremoto persistisse até hoje.