Cunha Couto

Gestor de Crises

Explosões em gasodutos exacerbam crise energética alemã

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Um relatório oficial da Suécia e da Dinamarca fornecido à ONU, no último dia 30 de setembro, indica que os vazamentos ocorridos nos gasodutos Nord Stream 1 e 2, no Mar Báltico, foram causados por explosões submarinas equivalentes a “centenas de quilos” de TNT.

Sem apontar um possível responsável, os dois países informaram que as informações disponíveis indicam que as explosões foram resultado de um “ato deliberado”.

Washington e Moscou acusam-se mutuamente de sabotagem.

Um atentado seria relativamente simples para mergulhadores de combate com cargas subaquáticas, pois se imagina que a profundidade local seja tal que permita trabalhos de manutenção.

Quem se beneficiaria?

Os dois gasodutos, projetados para levar gás da Península Yamal, na Sibéria, norte da Rússia, diretamente à Alemanha, estão no centro de uma crise energética entre a Rússia e países europeus, em meio ao conflito com a Ucrânia.

Os alemães precisam desse gás e aos russos pareceria mais fácil simplesmente fechar a alimentação do gasoduto.

Por outro lado, um atentado dessa natureza é uma forma de causar um dano ambiental nos países que são costeiros ao gasoduto de forma fácil e barata.
Uma autossabotagem russa? A não ser que haja seguro envolvido.

Se assim fosse, o seguro deveria pedir laudos e poderia se negar a pagar a apólice caso encontrasse indícios de autossabotagem Intuição pura: suecos e finlandeses (serviços especiais; SAPO é o nome do sueco) fazendo seu batismo de fogo para ganhar a confiança da OTAN.

Para os ucranianos, essas explosões foram deliberadas e, portanto, ataques terroristas de Moscou contra a União Europeia…

Mas, danos ao Nord Stream 1 reduzem as opções de exportação de gás da Rússia que teria que passar a negociar que o novo caminho passasse pelos gasodutos Brotherhood e Yamal, em direção à Europa.

Os EUA se beneficiariam dessa situação, de certa forma, pois isso deixaria a Alemanha sem a possibilidade de flexibilizar no campo econômico e sem a motivação para retroceder no campo diplomático.

Há notícia de que a CIA alertou para um atentado no gasoduto duas semanas antes.

Alguns analistas suspeitam que suecos e finlandeses dispõem de tropas especiais com capacidade de provocar tais explosões. O intuito? Ganharem a confiança da OTAN.

Chamou-nos a atenção a Dinamarca declarar o artigo 5 da OTAN, caso a Rússia tenha atacado o gasoduto. O artigo 5 diz que todos os membros da OTAN serão obrigados a atacar o agressor.

Fato é que, pelas circunstâncias, ninguém deve admitir a verdade.

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