No dia 13/1, ocorreu a oitava eleição direta presidencial em Taiwan, com eleições legislativas marcadas para a mesma data. Cerca de vinte e três milhões de eleitores foram às urnas, resultando na vitória de Lai Ching-te, do partido DPP, que favorece a independência de Taiwan, complicando ainda mais os esforços da China de trazer a ilha para o controle de Pequim e fazendo toda a diferença nas relações através do Estreito de Taiwan e entre Pequim e Washington. Lai venceu as eleições presidenciais, mas o partido DPP perdeu o controle da legislatura.
Lai usou um tom conciliatório em seu discurso de vitória: “Esta campanha eleitoral mostrou ao mundo a insistência do povo taiwanês na democracia, e espero que essa voz seja compreendida pelo outro lado do Estreito de Taiwan. Só o diálogo e o intercâmbio podem reduzir o risco de conflito.”
Com o apoio do presidente dos EUA (Biden) ao presidente eleito, são previsíveis novas movimentações de presença chinesa no Estreito de Taiwan. Um exemplo disso foi a nomeação do Almirante Dong Jun como Ministro da Defesa da China. Foi a primeira vez que um oficial da Marinha foi elevado a essa posição, e analistas dizem que isso dá uma indicação clara das prioridades do líder chinês em relação a Taiwan.
A experiência de Dong, tanto como chefe da Marinha do Exército de Libertação Popular (PLAN), bem como em missões operacionais nos comandos militares chineses do Leste e do Sul, reflete um foco naval sob Xi Jinping, com aplicações crescentes para reivindicações de soberania disputadas nos mares da China Oriental e Meridional.
Portanto, tudo indica que o Partido Comunista da China continuará reivindicando Taiwan como seu próprio território, apesar do resultado das recentes eleições e das intenções de diálogo do presidente eleito em Taiwan.