Cunha Couto

Gestor de Crises

Crise dos mísseis de Cuba: 60 anos!

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Há 60 anos, em 14 de outubro de 1962, um avião espião da força aérea dos Estados Unidos sobrevoou Cuba e registrou a construção de cerca de quarenta silos para abrigar mísseis nucleares na ilha, então governada por Fidel Castro.

Foi o que os historiadores consideram como o momento em que foi mais provável uma guerra nuclear entre EUA e URSS e um dos momentos mais tensos da Guerra Fria.

Por fotos de aviões de reconhecimento, os EUA tomaram conhecimento de que a União Soviética havia instalado mísseis balísticos em Cuba.

O serviço de inteligência norte-americano identificou que se tratava de mísseis de 1600 km de alcance, e isso colocava parte da costa leste dos EUA sob forte ameaça. Foi identificado também que os mísseis estavam chegando por mar e por navios soviéticos. Além disso, as imagens norte-americanas identificaram bombardeiros soviéticos pousados em Cuba, capazes de carregar bombas nucleares.

O presidente norte-americano Jonh F. Kennedy foi informado dessa ameaça em 16/10/1962 e foi orientado que atacar ou invadir o território cubano, nesse cenário, poderia desencadear uma guerra nuclear com os soviéticos.
Com isso, a decisão, em 22/10, foi fazer um bloqueio naval a Cuba.

A Armada americana montou, então, um embargo à ilha de Cuba para impedir que navios soviéticos entregassem mais mísseis em território cubano.

No final de novembro, Nikita Kruschev decidiu retirar os mísseis de Cuba em troca de algumas contrapartidas oferecidas pelos Estados Unidos.

A crise foi solucionada com um acordo secreto pelo qual a URSS retiraria de
Cuba os mísseis e os EUA fariam o mesmo com os seus mísseis instalados na Turquia.

Foi acertada também a instalação de “telefone vermelho” entre Washington e Moscou para diminuir a possibilidade de conflito nuclear por mal-entendidos.

No total, 42 mísseis soviéticos foram retirados de Cuba, e o bloqueio norte-americano foi encerrado em 22 de novembro, quando os bombardeiros soviéticos foram também retirados da ilha.

Que essa crise nos sirva de lição neste momento, com a crise na Ucrânia, em que a ameaça nuclear russa volta a nos assustar.

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