Cunha Couto

Gestor de Crises

Cidade de Rafah e o batalhão brasileiro

CCBlog 150

Rafah, a cidade mais ao sul da Faixa de Gaza, tem sido destaque na imprensa mundial por ser, atualmente, o único ponto de passagem entre Gaza e o Egito. É em Rafah que cerca de 1,5 milhão de palestinos estão refugiados, a maioria deslocada para lá pelos combates que ocorreram em outras partes de Gaza, e é por lá que fluem, quando possível, operações humanitárias das Nações Unidas para ajudar a população palestina. Boa parte dessas pessoas, sempre tensas e horrorizadas com os ataques das forças de Israel, vive em tendas superlotadas, sem água potável e em condições insalubres.

Trata-se de “um pesadelo humanitário”, segundo a ONU.

Essas pessoas precisam ser protegidas.

O que poucos conhecem é que o Brasil já atuou nessa cidade.

Pesquisa feita pelo Embaixador José Antônio de Macedo Soares mostra que a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, hospedou por dez anos (1957-67) o Quartel-General do Batalhão Suez, a tropa brasileira da primeira Força de Paz da ONU.

Rafah tinha cerca de dez mil habitantes quando chegou o primeiro dos vinte contingentes brasileiros que lá se sucederam.

Hoje, a cidade é a única de médio porte que não foi atacada por via terrestre pelas forças israelenses, mas há um aviso de ataque marcado para 10 de março, caso até então não sejam libertados os reféns detidos pelo Hamas. Se esse ataque ocorrer, os habitantes de Rafah não terão para onde fugir, pois estão cercados pelo Mediterrâneo, pelo território egípcio, por terra israelense e pelo avanço do ataque terrestre israelense.

Rafah abrigou por dez anos o QG do Batalhão Suez, e seria uma triste constatação para os brasileiros ver combates nesta área onde ajudamos a manter a paz, sob a bandeira da ONU, por uma década!

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