Em tempos em que ainda se discute a obrigatoriedade ou não de vacinas, é importante recordarmos essa revolta.
Há 120 anos, em 16 de novembro de 1904, terminava a Revolta da Vacina, no Rio de Janeiro.
A charge da revista O Malho, de 29 de outubro de 1904, parecia prever a revolta que se instalaria na cidade poucos dias depois: a mensagem era que nem com um exército o “Napoleão da Seringa e Lanceta”, como muitos se referiam a Oswaldo Cruz na época, conseguiria conter a fúria da população contra a vacinação compulsória.
O movimento, iniciado em 10 de novembro, aconteceu por conta da rejeição popular à vacina obrigatória contra a varíola, projeto proposto pelo sanitarista Oswaldo Cruz.
Ocorre que as brigadas sanitárias, acompanhadas por policiais, estavam autorizadas a entrar nas casas e aplicar a vacina à força.
A resistência popular começou com uma manifestação estudantil e foi aumentando, chegando ao ponto de, no dia 13, tomar uma proporção que transformou o centro do Rio de Janeiro em um campo de batalha.
Por conta da revolta, o governo suspendeu a obrigatoriedade da vacina e declarou estado de sítio em 16 de novembro.
Ao final da revolta, 30 pessoas morreram e outras 110 ficaram feridas.
Depois, com a situação sob controle, o processo de vacinação foi reiniciado e, em pouco tempo, a varíola foi erradicada da então capital do Brasil.