Cunha Couto

Gestor de Crises

A crise dos grãos da Ucrânia e o primeiro acordo na atual guerra

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A bandeira da Ucrânia, com traços horizontais em azul e amarelo, com a atual guerra passou a simbolizar os seus campos de grãos sob o céu azul.

A Ucrânia é um dos maiores exportadores mundiais de grãos, mas a invasão e o bloqueio naval russos interromperam a exportação dessas commodities.
Com isso, houve escassez de grãos e a disparada de preços dos alimentos, agravando a crise alimentar, especialmente nos países africanos, grandes importadores desses grãos.

Pela primeira vez, em tempos de guerra, Rússia e Ucrânia, com a ajuda da Turquia e das Nações Unidas como mediadores, assinaram em 22 de julho um acordo (inicialmente válido por 120 dias) para desbloquear 20 milhões de toneladas de grãos, a serem exportados por três portos do Mar Negro.

O acordo prevê a passagem, com segurança, pelas águas minadas e o controle por um centro em Istambul para verificação de que estão exportando só grãos. Para não atrasar essa liberação, não será feita desminagem nas águas ucranianas.

Espera-se que a medida, ao aumentar a oferta de grãos, reduza os preços e alivie um pouco a crise global de alimentos.

A exportação dos grãos por terra (modais ferroviário e rodoviário) não seria impeditivo, pois fronteiras não faltam à Ucrânia: Polônia, Eslováquia, Hungria e Romênia, mas em volumes menos significativos e com custos maiores do que pelo transporte marítimo.

Com a atual invasão russa, é projetado que a safra da Ucrânia 2022/2023 de milho caia 21% e a de trigo 26%. Essa queda, somada aos custos da guerra, já levou o presidente Zelensky a estimar em US$ 750 bilhões a dívida de guerra, o que significa três vezes o PIB ucraniano.

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