Cunha Couto

Gestor de Crises

A abolição dos escravos no Brasil gerou crise?

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No dia 13 de maio, comemora-se o Dia da Abolição da Escravatura no Brasil, que ocorreu em 1888 com a assinatura da Lei Imperial nº 3.353, conhecida como Lei Áurea, pela Princesa Isabel de Orléans e Bragança.

Já foi uma data muito comemorada. O jornal O Estado de São Paulo publicou, neste 2024, na coluna “HÁ UM SÉCULO”:

“Comemora-se, 13 de maio, a data da libertação dos escravos. Sendo feriado nacional, não funcionarão as repartições públicas, a Associação Comercial, as Bolsas e a Câmara Sindical dos Corretores. O comércio fechará suas portas. O Clube Treze de Maio dos Homens Pretos de São Paulo realizará a sua festa oficial. De manhã, às 8 horas, será celebrada missa em ação de graças pelos abolicionistas.”

Quando no Gabinete de Crises da Presidência da República tivemos uma parceria profícua com a Embrapa Monitoramento por Satélite, então chefiada pelo Dr. Evaristo de Miranda, além de ser um estudioso de nossa História.

O amigo Evaristo sempre destacou a relevância de nossa Princesa Isabel para o Brasil: primeira mulher a administrar o Brasil, assumindo o trono várias vezes durante viagens ao exterior do Imperador, além de ser a primeira mulher senadora do país.

Graças a Isabel e a D. Pedro II, ocorreu o fim da escravatura no Brasil, apesar de 25 anos depois da dos EUA, mas sem a guerra civil que lá se instalou.

Como isso foi possível?

Segundo Evaristo, a Princesa tinha como certo que a vinda de trabalhadores da Europa, pelo fornecimento de mão de obra livre, fortaleceria o abolicionismo. E tinha razão.

Graças aos acordos de D. Pedro II com monarquias europeias (Espanha, Itália, Portugal, Alemanha e Rússia) e do Japão, por décadas, esses trabalhadores livres foram substituindo a mão de obra escrava, integrando-se a uma nova agricultura familiar, em vez das então grandes propriedades de cana, café e pecuária. Deu certo!

Esses agricultores europeus e japoneses transformaram o negócio agrário e construíram uma moderna agricultura no Sul e no Sudeste, completamente diferente das grandes fazendas tradicionais. Seus descendentes, depois, conquistaram os cerrados do Centro-Oeste.

Interessante destacar que o fim da escravatura no Brasil se deu um século antes de ser abolida por leis na África.

Entretanto, a oposição à Princesa Isabel foi grande e o Barão de Cotegipe, escravocrata, advertiu: “a senhora acabou de redimir uma raça e de perder o trono”, já vaticinando a Proclamação da República.

Entrou para a História a resposta da princesa: “se mil tronos eu tivesse, mil tronos eu perderia para pôr fim à escravidão no Brasil.” É uma pena que esses feitos passem em branco nos dias de hoje.

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