Há exatamente 75 anos, em 25 de junho de 1950, a Guerra da Coreia teve início com a invasão da Coreia do Sul pelas forças da Coreia do Norte, então sob um regime comunista apoiado pela União Soviética e, posteriormente, pela China de Mao Tsé-Tung.
A resposta veio dos Estados Unidos, que, sob a bandeira das Nações Unidas, lideraram uma coalizão internacional em defesa da Coreia do Sul, dando início a um dos mais marcantes episódios da Guerra Fria.
O conflito, que duraria três anos, foi marcado por ofensivas intensas, mudanças frequentes de controle territorial e um rastro de destruição que deixou cerca de 3 milhões de mortos, entre civis e militares. A capital sul-coreana, Seul, trocou de mãos quatro vezes durante a guerra, e cidades inteiras foram devastadas. O uso massivo de artilharia, bombardeios e tropas terrestres transformou a península coreana em um verdadeiro campo de extermínio moderno.
Em 27 de julho de 1953, um armistício foi assinado em Panmunjom, estabelecendo a atual zona desmilitarizada (ZDM) na altura do paralelo 38º Norte como linha divisória entre as Coreias. No entanto, é importante destacar que esse armistício não representou um tratado de paz formal.
Portanto, tecnicamente, as duas Coreias ainda estão em guerra até hoje, sendo a península um dos locais mais militarizados e tensos do planeta.
Passadas sete décadas e meia, o conflito continua a moldar as relações internacionais e a geopolítica do Leste Asiático. A Coreia do Norte, sob dinastias autoritárias, segue investindo em armas nucleares e mantendo um discurso belicoso. Já a Coreia do Sul tornou-se uma democracia e potência econômica.
É lamentável que, após tanto sofrimento humano, a comunidade internacional nunca tenha conseguido converter o armistício em um tratado definitivo de paz. Essa ferida aberta revela o fracasso diplomático global diante dos interesses geoestratégicos.
Enquanto isso, milhões de coreanos continuam vivendo sob a sombra de um passado não resolvido e de um futuro sempre ameaçado. O mundo deveria tratar a reconciliação das Coreias como uma prioridade humanitária e política, pois a paz não deve ser apenas uma trégua — deve ser um compromisso real e duradouro.
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