Em 15 de maio de 1948, exércitos árabes combinados atacaram Israel por três frentes diferentes. Era a Guerra Árabe-Israelense.
Há crises, como essa, que são tão estruturadas que se tornam muito difíceis de terminar.
O conflito começou após a declaração de independência de Israel, declaração que precipitou o fim do Mandato Britânico na Palestina, quando nela já estava em curso uma guerra civil, iniciada em 1947.
Foi uma guerra declarada pelos Estados árabes, que haviam rejeitado o Plano da ONU de Partição da Palestina (Resolução 181 das Nações Unidas), segundo o qual a Palestina, ainda sob mandato britânico, seria dividida em um Estado árabe e um Estado judeu.
Então, os exércitos do Egito, Síria, Iraque, Jordânia, Líbano e Arábia Saudita convergiram para uma faixa de território em questão, que hoje é Israel.
A guerra foi vencida pelos israelenses, que ampliaram o seu domínio por uma área de 20 mil km² (75% da então superfície da Palestina).
O território restante foi ocupado pela Jordânia, que anexou a Cisjordânia, e pelo Egito, que ocupou a Faixa de Gaza.
Esse conflito só terminou após os vários acordos de cessar-fogo entre israelenses e árabes, firmados entre fevereiro e julho de 1949.
O conflito ficou conhecido pelos israelenses como Guerra da Independência. Já os palestinos se referem ao período como al-Nakba, ou “A Catástrofe”.
Ao todo, a guerra civil palestina e a guerra árabe-israelense provocaram o deslocamento de aproximadamente 900 mil palestinos, expulsos das áreas incorporadas por Israel. Esse imenso contingente foi disperso pelos campos do Oriente Médio e, nos anos seguintes, ficou conhecido como “a questão palestina” – que permanece sem solução até os dias atuais.
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA), que atua desde 1949, informa que o número atual de refugiados palestinos está próximo de cinco milhões.