Na área militar, para analistas como o amigo Leonardo Matos, foi importante a recente visita oficial do secretário de Defesa norte-americano ao primeiro-ministro e ao ministro da Defesa japoneses, para o anúncio do primeiro passo rumo à transformação do atual Comando dos EUA, baseado no Japão, em um Comando Conjunto independente. Isso significa que esse comando norte-americano deixará de ser subordinado ao Comando Indo-Pacífico, sediado no Havaí — que atualmente tem jurisdição militar sobre todo o Leste Asiático até a Índia, incluindo China, Japão etc.
Com essa mudança, o Comando dos EUA no Japão, ao ser elevado à categoria de Comando Conjunto, estará no mesmo nível dos demais comandos conjuntos, com subordinação direta ao chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e ao secretário de Defesa dos EUA.
Essa iniciativa teve início no governo Biden, com o objetivo de equiparar, política e militarmente, a parceria dos EUA com o Japão àquelas existentes com a Coreia do Sul e com as Filipinas.
A proposta é aumentar progressivamente o efetivo atual até alcançar 50 mil militares, o que representará o maior contingente em um único comando fora dos Estados Unidos. Vale lembrar que já se encontra estacionada no Japão uma esquadra norte-americana — a Sétima Esquadra —, que conta permanentemente com um dos onze navios porta-aviões da Marinha dos EUA (US Navy), todos com propulsão nuclear e com 70 a 80 aeronaves a bordo.
A área geográfica de atuação desse novo Comando Conjunto ainda não foi claramente definida, mas é notório que ele fará parte da grande estratégia dos EUA de se opor à China, considerada o principal inimigo estratégico, definição que remonta ao governo Trump.
Já na área econômica, com o anúncio do “tarifaço” feito por Trump, iniciaram-se conversas para a criação de acordos regionais com o objetivo de reagir à taxação, sendo um deles o que reúne China, Japão e Coreia do Sul.
Para dar suporte militar a essas decisões econômicas, a China sinalizou o início de seu maior exercício militar deste ano, simulando um enorme bloqueio a Taiwan.