Cunha Couto

Gestor de Crises

75 anos da independência de Israel: um Estado que já nasceu em crise

CCBlog010

Como a anterior participação do brasileiro Oswaldo Aranha (que presidiu a sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas que votou a criação de dois estados na Palestina, um árabe e um judeu, em novembro de 1947), a proclamação do Estado de Israel foi um momento decisivo na história.

Esse marco histórico representou a realização de um sonho antigo do povo judeu, que, como narrado na Bíblia, há quase dois mil anos havia sido expulso de sua terra e disperso pelo mundo.

Recordemos que esse nascimento de Israel ocorre três anos após o fim da 2ª Guerra Mundial, onde a História nos conta a morte de seis milhões de judeus europeus nos campos de concentração nazistas.

Foi, pois, em 14 de maio de 1948 que David Ben-Gurion proclamou a fundação do Estado judeu, mesmo com os então habitantes há meses em guerra civil com seus vizinhos árabes-palestinos que não haviam aceitado a recomendação da ONU de divisão da Palestina (então sob mandato britânico) em um Estado judeu e em outro árabe.

Logo após essa proclamação do Estado de Israel, cinco nações árabes declararam guerra a esse novo país, com o conflito resultando na expulsão de cerca de 700 mil palestinos. Assim, desde o início ocorreram disputas entre israelenses e palestinos por terras e por locais sagrados.

Em 1967, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU recomendou (não ordenou) a troca de terras pela paz, sem resultado.

Apenas duas das fronteiras de Israel, as compartilhadas com a Jordânia e o Egito, foram ratificadas por esses países. Permanecem em disputa as fronteiras com a Síria, o Líbano e os territórios palestinos.

Sucessão de conflitos

Sucederam-se conflitos importantes, como a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e a Guerra do Yom Kippur, em 1973, mas também tentativas de acordos e de negociações de paz, todas fracassadas: Conferência de Madrid (1991); Acordo de Oslo (1993); Cúpula de Camp David (2000); Iniciativa de Paz Árabe (2002); Mapa da Paz (2003); Conferência de Annapolis (2007); Conferência de Paris (2017); Plano de Paz de Trump (2020).

Neste 2023, a comemoração da data de fundação de Israel contou com vários protestos contra os planos do governo Netanyahu de reformar o Judiciário. Uma crise interna.

Israel é, portanto, um país cuja história constantemente foi marcada por crises.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *