Todos hão de se recordar que os ataques aos prédios sedes dos Três Poderes, perpetrados em 8 de janeiro de 2023, se inserem nas situações complexas próprias da perspectiva de gestão de crises no mais alto nível estratégico, pois, ao se instalarem, colocam em xeque a governabilidade e a governança das Instituições.
É quando surge a pergunta: “o que o Governo fará?”. Alguns governos não conseguem sair dessas crises, e caem.
Felizmente, nossas Instituições resistiram, com veemente apoio internacional, mas nós ficamos com a lição de que o processo de construção da Democracia tem que ser diário.
Nessa crise, a defesa das Instituições e do Estado Democrático de Direito foi a força motriz da sua inflexão, possibilitando a manutenção da governabilidade.
O pós crise
Os eventos ocorridos há um ano demonstraram (como também a invasão ao Capitólio, em 2021, nos EUA) instabilidade na Democracia no Brasil e no mundo. Frente a isso, as Instituições precisam estar fortes para bem resolver as crises e os conflitos de toda ordem, desde ideológicos aos das graves desigualdades. Eis que, um ano depois, estamos vivenciando o pós-crise, que é a “cicatrização” dos acontecimentos que nos deixaram tão perplexos.
É nesse processo de pós-crise que os ideais democráticos precisam ser fortalecidos, permanentemente, em nossa sociedade, até mesmo com a Democracia sendo ensinada nas escolas para que se torne uma cultura nossa e seja menos ameaçada.