Cunha Couto

Gestor de Crises

Uma nova pandemia está no horizonte

CCBlog182

Quando, onde e como é incerto, mas é certo que uma nova pandemia virá. Passados dois anos do fim da emergência, mas não da ameaça da Covid-19, o mundo parece estar se esquecendo do compromisso de não precisarmos passar novamente por pânico e negligências diante de uma pandemia.

Com a Covid-19, ficou evidente a dificuldade de os países agirem em parceria contra uma ameaça comum. Para tanto, 194 países da ONU concordaram em termos, até maio de 2024, um Plano Global para enfrentamento de pandemias. As rodadas até ocorreram, mas sem conclusões, porque, ao nos afastarmos da crise da Covid-19, até as mortes por essa pandemia que todos vivenciamos vão perdendo seu significado e o evitar a próxima perde importância.

Nos dias de hoje, riscos relacionados a tecnologias, como proliferação nuclear ou inteligência artificial, ganham prioridade, reduzindo o monitoramento e o estudo de vacinas de um próximo vírus, talvez mais contagioso e mortífero que o coronavírus-2 e com novidades em sintomas, reações, velocidade de contágio e efeitos colaterais.

Não nos esqueçamos que a Covid-19 gerou uma crise global e multidimensional, em que o destino das populações esteve e ainda está em jogo. Foi um período em que os governantes foram verdadeiramente testados em suas tomadas de decisão e que a crise de saúde não estava sozinha; dela decorreu uma crise econômica; desta, uma social, e ainda uma política. Com isso, qualquer que fosse a decisão, não se mostrava adequada.

E, nesse sentido, os riscos estão se tornando maiores, pois as populações estão mais adensadas e se movem mais internacionalmente, com maior exposição a novos vírus surgidos de mamíferos e de aves.

Ratificando essa constatação, a OMS acaba de confirmar um surto do vírus H5N2 no México, com a 1ª morte de um homem de 59 anos que não tinha histórico de contato com aves ou outros animais.

Portanto, sem esse Plano Global, certamente voltaremos a viver a falta de colaboração entre países diante de uma pandemia, como se o mundo fosse uma espécie de confederação e não nações que deveriam contribuir para o bem-estar individual e coletivo.

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