Tudo indica que Trump quer ser presidente do mundo. Para tanto, além de ser um bom estrategista, tem em suas mãos poderio econômico e força militar.
Ainda que seus decretos e declarações iniciais possam estar sendo concebidos como cortina de fumaça para posteriores táticas de negociação, é grande o risco de suas consequências.
Em poucos dias de governo, Donald Trump vem criando tarifaços que estão mudando todo o cenário comercial internacional.
Como se o Direito Internacional não precisasse ser cumprido, ele visualiza mudar a geopolítica, intentando ocupar a dinamarquesa Groenlândia; transformar o Canadá no 51º estado norte-americano; trocar o nome do Golfo do México para Golfo da América; e retirar todos os palestinos da Faixa de Gaza e ocupá-la para um projeto de reconstrução, mas não para esses palestinos.
Retirou, unilateralmente, os EUA de agências, acordos e organizações internacionais, além de rever temas e suas contribuições financeiras para vários organismos. Expressou seu desejo de retomar o controle da hidrovia do Canal do Panamá, que é essencial para o comércio global.
Disse, de forma leviana, que acabaria com a guerra Rússia-Ucrânia em 24 horas. De concreto, teria havido apenas um telefonema a Putin, que vem sendo desmentido. O Kremlin não confirmou nem desmentiu. O presidente ucraniano, Zelensky, preocupou-se por não participar da tal conversa que envolve seu país.
Trump se encontrou com Netanyahu e, logo depois, decidiu impor sanções ao Tribunal Penal Internacional, levando quase 80 países a repudiar essas sanções.
Tudo isso, e muito mais, aconteceu com o silêncio do Congresso dos EUA, devido à sua maioria republicana.
Só o Judiciário ainda resiste e vem anulando atos inconstitucionais ou ilegais!
A Justiça suspendeu o plano de demissão voluntária de funcionários do Governo. Assim também foi com o não reconhecimento de cidadania para crianças nascidas em território norte-americano.
Quer-nos parecer que, depois do entusiasmo do oba-oba, está vindo um cuidadoso epa-epa…
