A questão da imigração ilegal não tem uma solução simples e tem assolado a Europa e, historicamente, os EUA. Neste final de janeiro, o tema ganhou as manchetes internacionais com esse conflito antigo entre o governo estadual do Texas e a administração federal, mas com novos atores: de um lado, o Texas com o apoio de 25 estados trumpistas, e do outro, a Casa Branca e a Suprema Corte norte-americana. Assim colocado, estamos diante de uma séria crise de coalização interna. Alguns analistas até sinalizaram risco de guerra civil ou de secessão.
O foco da crise
O foco da crise está nas políticas de contenção de imigração na fronteira Sul (EUA e México). Embora a nova lei do governador Greg Abbott (que endurece medidas contra imigrantes ilegais) só entre em vigor em março, a alegação de uma invasão na fronteira o levou a instalar arame farpado e outras barreiras para impedir que os migrantes cruzem a fronteira na região do rio Bravo. Nesse ato, evocou a autonomia dos estados no tema migração.
Ato contínuo, Biden enviou a Patrulha de Fronteira Federal para a região para desfazer essas barreiras e propôs manifestação de inconstitucionalidade da atitude do Texas, com a qual concordou a Suprema Corte. Numa afronta ao Judiciário, Abbott decidiu manter suas forças de segurança no local e houve movimento dos estados que o apoiam oferecerem ajuda.
O desenrolar dessa crise pode levar Biden a assumir o controle da Guarda Civil do Texas, confrontando Abbott e escalando as atitudes dos estados que o apoiam, ou a conflitos entre a Patrulha de Fronteira e a Guarda Nacional. É mais um episódio da polarização política entre o governo federal (atualmente democrata) e os estados de maioria republicana, colocando como pano de fundo nessa crise este ano eleitoral, com eventual nova disputa entre Biden e Trump. A ver…