O 1º de maio é o Dia Mundial do Trabalho, um dos nove feriados nacionais brasileiros de 2023.

Trata-se de uma das mais importantes datas comemorativas e das que mais possuem repercussão internacional, uma vez que é celebrado em diversos países.

A data é consequência da situação dos trabalhadores entre o final do século XIX e o início do século XX, quando a indústria teve um desenvolvimento exponencial.

Essa Revolução Industrial, que ocorreu na Inglaterra, rapidamente se espalhou pela Europa e atingiu também outros continentes, como o americano, transformando as relações sociais com a construção dos parques industriais em torno das cidades.

Na medida em que as grandes fábricas iam aparecendo, a massa de operários também crescia. A relação profissional de muitos desses trabalhadores era precária, com jornadas de trabalho que chegavam a somar 15 ou 18 horas diárias, pois eram poucas as legislações trabalhistas.

Em meio a tal situação, começaram a surgir as primeiras organizações de trabalhadores, expressas nos sindicatos e em outras formas de representação. Essas organizações valiam-se de variadas estratégias para pressionar os industriais. A greve geral era a principal delas.

Crise como motivação

Por que 1º de maio foi o dia escolhido?

Esse dia remonta a 1º de maio de 1886, em Chicago (EUA), quando houve uma grande greve nas fábricas dessa cidade, que, à época, já era um centro urbano e industrial de porte nos Estados Unidos.

Essa greve foi duramente reprimida pelo aparato policial e continuou nos dias seguintes, com manifestações e com concentrações públicas.

Até que, no dia 04 de maio, muitos manifestantes estavam reunidos na Praça Haymarket, cercados pela polícia, quando, em dado momento, uma bomba explodiu, ferindo dezenas de pessoas e causando sete mortes. Entre as vítimas fatais estavam tanto policiais quanto manifestantes. A polícia revidou, abrindo fogo contra os manifestantes, matando vários deles.

Alguns desses manifestantes foram acusados de participação na explosão da bomba, julgados e condenados à execução.

Nos anos seguintes, esse acontecimento passou a ser o símbolo das revoltas e das manifestações de trabalhadores, não apenas nos Estados Unidos, mas também em muitos outros países.

Exemplo disso, em 1889, na França, foi instituído o Dia do Trabalho em homenagem às pessoas que perderam a vida lutando pelos seus direitos, que ficaram conhecidas como os “Mártires de Maio”.

Entretanto, o início do mês de maio não foi visto, pelos EUA, como o momento apropriado para elogiar os trabalhadores, tanto que lá (e no Canadá) o Dia do Trabalho (Labor Day) é feriado nacional na primeira segunda-feira de setembro.

No Brasil, já na década de 1890, havia focos de homenagens ao 1º de maio por parte de grupos de trabalhadores, mas foi só em 1924, no governo do presidente Artur Bernardes, que o 1º de maio foi oficializado como Dia do Trabalho.

Entretanto, o documento que pôs em vigência todas as regras trabalhistas foi o decreto-lei nº 5. 452, de 1º de maio de 1943 (com 922 artigos…), que aprovou a Consolidação das Leis de Trabalho, assinado por Getúlio Vargas e por seu ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, Alexandre Marcondes Machado Filho.

E quanto ao 2 de maio?

Também relacionada com os trabalhadores, nesta data, em 1933, há noventa anos, Adolf Hitler proibiu o funcionamento de todos os sindicatos na Alemanha nazista.

Os trabalhadores foram, então, obrigados a se associarem ao “Front Alemão do Trabalho” (DAF), fundado alguns dias depois, no dia 10 de maio, o qual estabeleceu as mesmas regras e condições de emprego para a totalidade dos trabalhadores.