Cunha Couto

Gestor de Crises

“Presidente do Mundo”, 100 dias

CCBlog284

Comemorando “100 Days of Greatness”, Trump, em Michigan, com sua experiente presença midiática, fez longa fala em que repetiu distorções e desinformações.

Tudo indica que Trump quer ser mesmo presidente do mundo e, para tanto, além de ser um bom estrategista, tem em suas mãos poderio econômico e força militar, o que lhe faz aumentar sua ambição e a sensação de que pode tudo.

Foi assim que retirou, unilateralmente, os EUA de agências, acordos e organizações internacionais, ademais de rever temas e suas contribuições financeiras para vários organismos.

Expressou, ainda, seu desejo de retomar o controle da hidrovia do Canal do Panamá, que é essencial para o comércio global.

Disse, de forma leviana, que acabaria com a guerra Rússia-Ucrânia em 24 horas.

Como se o Direito Internacional não precisasse ser cumprido, Trump quer mudar a geopolítica, intentando ocupar a dinamarquesa Groenlândia; transformar o Canadá no 51º estado norte-americano; trocar o nome do Golfo do México para Golfo da América; e retirar todos os palestinos da Faixa de Gaza e ocupá-la para um projeto de reconstrução, mas não para esses palestinos.

Esse é o mundo que Trump vem desenhando para si, além de uma América grande de novo, em que tudo está indo muito bem.

Só que, na visão de fora do governo, os resultados são outros. Como exemplo, segundo o New York Times, o preço dos ovos não caiu 87%, nem o da gasolina está abaixo de dois dólares.

De concreto, nesses 100 dias, foram assinadas 142 ordens executivas, com destaque para o “tarifaço” que impactou a economia global e potencializou a “nova Guerra Fria”, agora contra um adversário mais bem preparado: a China.

Criou o Departamento de Eficiência, pilotado por Elon Musk, que promoveu inúmeras demissões, as considerando como de “burocratas incompetentes e desnecessários”. Depois, teve que recontratar vários deles.

Acabou com os programas de diversidade e de inclusão do governo e sinalizou que o mesmo deveria ser observado pelas empresas privadas.

Deu ordens e ameaçou universidades, no que esbarrou com Harvard, que entrou na Justiça.

E o que dizer do programa de deportação de milhares de imigrantes para uma prisão de segurança máxima em El Salvador, após assinar a Lei Laken Riley, que facilita a deportação de imigrantes sem julgamento?

Resultado de tudo isso: a pior avaliação de um presidente americano em seus primeiros 100 dias.

Como seria a avaliação do mundo?

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