Já havia escrito sobre a intuição e a empatia como ferramentas para a busca de soluções em crises. Isso porque o fator humano, com suas emoções, está presente em todas as crises.
Caminhando nesse sentido, cheguei ao Amor, que vem sendo a força motriz da humanidade, mesmo sendo difícil de definir, mas não de entender seu significado.
Recentemente aprendi, com o livro “Amor Radical”, escrito por Satish Kumar – fundador do Schumacher College e ganhador do Prêmio Nobel da Paz Goi em 2022, indicado pelo meu amigo Alan Dubner, que o Amor também serve como alavanca de transformação em uma crise.
Nesse livro de Satish Kumar, é demonstrado que há maior fluidez na gestão das crises quando a tomada de decisão e as ações dela decorrentes têm o Amor como fundamento, pois assim as compreensões e os propósitos dos atores envolvidos são melhor explicitados.
O autor exemplifica com uma crise que todos vivenciamos: a da Covid.
Diferente das guerras, criadas e encerradas por seres humanos, a Covid esteve muito além do controle humano, da Ciência ou da tecnologia. Foi um vírus novo que gerou uma crise mundial e que nos demonstrou a vulnerabilidade humana.
Os anos sob a pandemia serão lembrados pelo medo, pelo isolamento, pelas perdas e pelo sofrimento. Para Satish Kumar, só onde o amor se fez presente foi possível a compaixão, o cuidado e a cooperação entre as pessoas e, a partir daí, crescer a humanidade, a humildade e a harmonia.
Precisamos, portanto, mudar! Como ocorreu na Covid, em que precisamos restaurar nossa saúde a partir do amor pela humanidade.
Uma crise também é uma oportunidade. A Covid nos trouxe uma nova consciência de cuidado, ou seja, uma consciência de amor a nós e ao próximo.
Não é essa a lição que resultará das recentes enchentes no Rio Grande do Sul?