Cunha Couto

Gestor de Crises

Oriente Médio: um mosaico complexo

CCBlog197

Numa região já conflagrada pelo conflito entre Israel e o Hamas, o assassinato do líder desse grupo terrorista — Ismail Haniyeh, na capital iraniana, gerou ameaças de vingança contra Israel e aumentou a preocupação de que os embates em Gaza se transformem em uma guerra maior no Oriente Médio.

Além de apoiar o Hamas, o Irã apoia o grupo libanês Hezbollah, cujo comandante militar — Fuad Shukr — foi morto em um ataque israelense em Beirute.

Esse quadro fez com que os EUA considerassem o atual momento como crítico e viessem apelando para que todas as partes evitem a escalada, pedindo maiores esforços diplomáticos para “diminuir a tensão regional” e chegar a um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza.

Não é simples.

Não basta apenas instar os países envolvidos e com interesses nessa região a passarem mensagens ao Irã para não intensificar esse conflito.

Tendo a concordar com David Friedman, para quem as duas palavras mais importantes na estratégia militar são escalada e dissuasão.

Escalada é quando as ações militares aumentam, levando à guerra; se prevenível em termos razoáveis, ninguém quer escalada.

Dissuasão é o que previne a escalada, uma vez que se usam meios políticos, militares e econômicos para dissuadir o opositor, fazendo com que o inimigo saiba que perderá mais com o ataque do que ganhará.

Israel sobreviveu por anos por meio de seu poder de dissuasão, mas a situação, agora, não lhe permite manter essa estratégia.

O atual mosaico ficou mais complexo, envolvendo atores de fora da região, como o Catar; como Rússia, China e Irã testando a vontade ocidental abalada e desacreditada na Ucrânia; como Taiwan; como os Estados sunitas; como o mundo dependente de petróleo; dentre muitos outros. Organismos internacionais, como a ONU, há muito não têm sido capazes de promover a paz.

Enfim, todos têm muito a perder. É urgente, portanto, que todas as partes façam as escolhas certas nos dias que virão.

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