O recente caso de racismo no futebol, envolvendo o jogador Luighi, do Palmeiras, em um jogo da Copa Libertadores Sub-20, resultou apenas em uma multa e na realização de partidas com portões fechados para o clube Cerro Porteño, como punição aplicada pela Conmebol.
Isso levou o Palmeiras, com o apoio de outras equipes nacionais, a pedir uma punição mais severa para o caso de racismo contra Luighi.
Dois dias depois, Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, afirmou que não imagina a Copa Libertadores sem os clubes brasileiros e acrescentou: “Isso seria como Tarzan sem Chita. Impossível”. Chita é o nome da macaca dos filmes de Tarzan.
Essa declaração demonstrou a dificuldade da Conmebol em compreender o que é racismo e, consequentemente, como combatê-lo.
Além disso, ao falar sobre racismo, Alejandro Domínguez se expressou em português, o que, para muitos especialistas, deu a entender que o problema seria exclusivo dos brasileiros. Afinal, em alguns países da América do Sul, racismo não é crime.
Posteriormente, Alejandro Domínguez se desculpou em um pronunciamento: “Não posso deixar de falar sobre o racismo, um problema muito grave que o futebol enfrenta, um flagelo que não tem origem no futebol, mas o afeta. A Conmebol é sensível a essa realidade. Como poderia não ser à dor de Luighi?”.
Coincidentemente, dois dias depois desse episódio, chegou o dia 21 de março, data escolhida pela ONU, em 1966, para marcar o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial. A escolha dessa data remete a um evento ocorrido em 1960, em Joanesburgo, na África do Sul, quando 20 mil negros protestaram contra uma lei que limitava os lugares por onde poderiam circular.
O protesto era contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra a portar um cartão indicando os locais onde sua circulação era permitida. Porém, mesmo sendo uma manifestação pacífica, a polícia do regime do apartheid abriu fogo contra a multidão desarmada, resultando em 69 mortos e 186 feridos.
O objetivo desse dia internacional, portanto, é mobilizar a sociedade civil para a luta contra a discriminação racial, bem como conscientizar sobre a importância de reduzir as desigualdades por meio da Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial.
