Como fica o mundo ocidental?
Devido à escalada do conflito entre Israel e o grupo extremista libanês Hezbollah, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, usou seu discurso de abertura da Assembleia Geral para um alerta: o Líbano não pode ser a nova Gaza.
Em resposta, o primeiro-ministro israelense, Netanyahu, afirmou que o alvo é o Hezbollah, não o povo libanês, e justificou os ataques como uma resposta necessária para impedir ações terroristas contra Israel. Essa ação gerou um grande deslocamento de civis libaneses, com milhares fugindo do sul do país para regiões mais seguras.
Como de costume, a comunidade internacional manifestou preocupação com o risco de uma guerra mais ampla, pedindo a desescalada do conflito. E é só!
Reconhecemos que a guerra justa é um princípio fundamental, pois os Estados têm o direito de se defender. Entretanto, cada vida civil perdida como dano colateral é uma tragédia.
Hoje, em nosso planeta, há duas dezenas de conflitos armados, aviltando nossa condição humana.
A verdade é que estamos vivenciando o fim de um período de mais de sete décadas no qual vigorou um tipo de sistema internacional que criou a ONU, ainda sob o impacto dos horrores da 2ª Guerra Mundial. E agora? Para onde vai o mundo? Realmente, não se sabe.
Porém, a causa dessa incerteza é clara: o mundo bipolar da Guerra Fria, a partir da debacle soviética, transformou-se em unipolar com hegemonia ocidental.
Por esse raciocínio, derrubar Israel destruiria as próprias ideias que sustentam o Ocidente e essa ordem internacional.
Contudo, contestando essa hegemonia, veio a multipolaridade gerada pelo acelerado desenvolvimento econômico asiático, capitaneado pela China, mas com significativa participação da Índia e da Indonésia.
Para alguns, a multipolaridade é a nova geradora de conflitos. Entretanto, ao criar integração econômica mundial, faz com que quaisquer conflitos causem prejuízos a todos e, por isso, há uma busca pelo comércio, pois ele passa a ser a garantia da paz.
Resta-nos saber se o bom senso prevalecerá.