Cunha Couto

Gestor de Crises

Guerra dos drones 

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Com quase dois anos do conflito russo-ucraniano, o emprego de drones, aéreos ou navais, é uma das importantes novidades apresentadas aos estudiosos da guerra.

Os veículos não tripulados, ou drones, estão presentes naquele teatro de operações desde o início do conflito, principalmente com o intuito, por ambos os lados, de coletar informações sobre o campo de batalha e orientar ou executar disparos de artilharia.

Diferente da aviação militar tradicional, essa tecnologia habilita diferentes tipos de ataques, que variam em alcance e capacidade ofensiva, mas são muito mais baratos que com uma aeronave convencional e têm a vantagem de não arriscar a vida de pilotos.

Mesmo os drones de menor porte, configurados por Inteligência Artificial (IA) para atuar em conjunto em grande número, são uma tendência para saturar sistemas de defesa aérea. Entretanto, a toda medida surgem contramedidas.

Nesse cenário, uma das principais defesas contra os drones está na Guerra Eletrônica, por meio de interferência intencional nas ondas eletromagnéticas que conectam o drone ao seu controlador, perturbando ou até mesmo impossibilitando a transmissão de dados, de modo a prejudicar as operações do adversário.

Em outra área de conflito, foi notícia, em 28 de janeiro, um ataque de drones contra uma instalação militar dos EUA na Jordânia, que conta com cerca de 350 integrantes e resultou na morte de três militares e em outros 34 feridos. O ataque foi, supostamente, conduzido pelo grupo ‘Resistência Islâmica’, sediado no Iraque e apoiado pelo Irã.

Isso demonstra como a tecnologia de drones já está dominada por vários países, envolvendo também o uso de drones “aeronavais”, lançados de embarcações comuns modificadas (como o recente “porta-drones” do Irã), e, por outro lado, tecnologias antiaéreas contra drones, como sistemas de energia dirigida (micro-ondas de alta potência, laser, etc).

Portanto, os drones são obviamente uma nova tecnologia nos teatros de operações aeroespaciais, navais ou navais, e nos levam a pensar em que medida impactarão a evolução doutrinária e a adequação do pensamento operacional de emprego do poder aeroespacial, aeronaval e naval, frente à ameaça dos drones.

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