O dia 2 de abril passou a ser o “Día de los Veteranos y de los Caídos en la Guerra de las Malvinas” para lembrar aos argentinos a invasão, em 1982, desse arquipélago. A guerra terminou 74 dias depois, com a rendição argentina. Não falaremos sobre a guerra em si. Alguns podem questionar se deve-se homenagear militares que perderam a guerra.
Há 42 anos, a Guerra das Malvinas (também conhecida como Falklands War ou Guerra do Atlântico Sul) foi um conflito armado entre a Argentina e o Reino Unido ocorrido nas Ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul, entre 2 de abril e 14 de junho, pela soberania sobre essas ilhas, que são reivindicadas pela Argentina como parte de seu território, sendo incluídas na província da Terra do Fogo, Antártica e Ilhas do Atlântico Sul.
Convivi com Oficiais da Armada Argentina (ARA) quando fui um dos quatro primeiros estrangeiros a cursar Estado-Maior na Escuela de Guerra Naval da ARA, em 1985, e ouvi muitos relatos de heroísmo anônimo nessa guerra.
A missão da ARA era difícil: ocupar as Malvinas sem causar mortes britânicas, pois o objetivo estratégico e político era chamar a atenção do mundo para a questão de soberania que não havia sido resolvida do ponto de vista argentino e, posteriormente, se retirar. Vários argentinos morreram nesse desembarque anfíbio e nenhum britânico.
Com a baixa popularidade do governo argentino e o sucesso dessa operação, ocorreu o que é comum nessas crises: desviar a atenção da situação interna para algo externo ao país, que possa unir a nação.
Assim, veio a decisão de manter as tropas na ilha, algo que não estava planejado, mas reforçado com efetivos do Exército e da Força Aérea, e foi declarada guerra contra os britânicos. Durante a breve ocupação argentina, militares morreram, alguns por congelamento, devido à inadequação de seus uniformes para as baixíssimas temperaturas; outros, nos combates em terra; e outros, pelo afundamento do cruzador “Belgrano”.
O saldo final da guerra foi a recuperação do arquipélago pelo Reino Unido e a morte de 649 soldados argentinos, 255 britânicos e 3 civis das ilhas.
As dores pelas mortes argentinas têm sido bem expressas pelo movimento das “Madres de la Plaza de Mayo”. Para elas, seus filhos foram heróis. Mas não só eles: há heróis que foram e voltaram, e os que foram e ficaram nas Malvinas ou no mar.
A História não lhes fez justiça!