Todos os que já cruzaram entre o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo não deixaram de admirar um promontório que é um dos remanescentes territórios ultramarinos britânicos: Gibraltar.
Ocorre que, desde 1713, apesar do controle da Grã-Bretanha sobre Gibraltar, a Espanha vem reivindicando esse território. As tensões aumentaram em 2018, com o Brexit, uma vez que 96% dos gibraltinos haviam votado contra a saída da União Europeia (UE), uma vez que Gibraltar depende da livre circulação de e para a UE e temia que a inclusão de controles na fronteira com a Espanha impactasse sua economia.
Como imaginado, o acordo entre Reino Unido e União Europeia não incluiu as questões fronteiriças de Gibraltar.
Entretanto, as negociações atuais, sem cunho oficial, com apoio da população local, indicam a remoção da fronteira física Gibraltar-Espanha e a transferência dos postos de controle alfandegário e fronteiriço para o aeroporto e os portos de Gibraltar.
São passos importantes, mas que levam a debates sobre fronteiras e soberania, e, principalmente, sobre o controle do Reino Unido sobre suas ex-colônias, que buscam suas emancipações, como já vem acontecendo e gerando crises.