À medida que nos aproximamos das datas das eleições, tem aumentado o interesse pelas disputas municipais no Brasil e presidenciais nos EUA.
Em quaisquer eleições, imaginam-se regras quanto à paridade e à igualdade entre os concorrentes. Afinal, trata-se de competição.
Ocorre que a desinformação que circula pelas redes sociais vem sendo um fator importante nas eleições há alguns anos. Entretanto, os recentes avanços na tecnologia de Inteligência Artificial tornaram mais fácil manipular o conteúdo dessas redes, devido às novas ferramentas geradoras de texto, áudio e vídeo, e mais difícil identificar a veracidade dos conteúdos.
Com essas desinformações nas redes sociais, há prejuízo para a Democracia?
Análises vêm colocando a Democracia em xeque, e algumas apontam o uso inapropriado das redes sociais como uma das causas mais importantes para isso estar acontecendo, ainda mais pela dificuldade de se atribuir a responsabilidade pela desinformação.
Ao contrário do que se imaginava com o surgimento das redes sociais, estas não acabaram com os intermediários que criavam versões nos textos enviados entre pessoas, porque vários textos são reencaminhados com alterações agregadas como se fossem originais.
Há, ainda, o fato de as redes serem controladas por poucas empresas, muitas vezes a serviço de interesses. Além disso, não há autorregulação por parte dessas empresas (todas privadas), o que seria o desejável, facilitando, assim, o mau uso das redes e prejudicando a recepção da informação original, que acaba veiculada de forma distorcida.
Como consequência, as redes sociais assumiram um papel central nas eleições, ao facilitarem a divulgação de desinformações e promoverem polarizações que alteram o comportamento de apoiadores de um lado e de outro.
É o que estamos presenciando agora, nas eleições no Brasil e nos EUA. Observam-se até textos ilícitos, que se escondem sob o manto da liberdade de expressão e ganham fluidez entre as redes.
O desafio, portanto, está posto: como combater a desinformação sem ferir a liberdade de expressão? Como alcançar a correta liberdade de expressão e a correspondente responsabilidade das plataformas digitais?
De qualquer forma, permanece o nosso poder de fazer boas escolhas em nossos votos. Afinal, mais uma vez, a Democracia depende de todos nós!