Cunha Couto

Gestor de Crises

“Deus me livre de uma mulher CEO.”

CCBlog212

A postagem dessa frase chamou a atenção da mídia e nos serve de exemplo sobre a gestão de crise com a qual uma empresa teve que lidar.

Como temos reiterado, é na comunicação que, muitas vezes, surgem problemas, pois falhas de comunicação comprometem o gerenciamento de crises e, por vezes, até iniciam crises.

É o que ocorre quando uma frase é dita e gera consequências negativas, tornando o gerenciamento de crise ainda mais vulnerável, porque envolve também a imagem e a reputação da instituição, que ficam em xeque.

Nenhuma empresa, por mais admirada que seja, está imune a crises, especialmente quando deslizes são expostos em redes sociais.

A frase “Deus me livre de mulher CEO” foi dita em resposta à pergunta: “Se sua mulher fosse CEO de uma grande companhia, vocês estariam noivos?”

Três dias após essa postagem de teor machista no Instagram, o autor da frase renunciou aos cargos de CEO (Chief Executive Officer, diretor executivo de uma organização) e presidente do Conselho da empresa, que oferece cursos para empreendedores.

Considerei correta a maneira como a empresa gerenciou a crise, por meio de um comunicado ao seu público estratégico: “… reafirma seu compromisso com a educação executiva de impacto, na qual a liderança feminina sempre esteve presente com protagonismo”.

E, como ocorre nas crises midiáticas, destaco o que publicou outra empresa do setor: “Acreditamos que ele precisa refletir sobre a importância das lideranças femininas e como essa evolução traz ganhos e benefícios para toda a sociedade, que não irá retroceder”.

Também foi positiva a publicação do empresário demitido: “A empresa é maior do que qualquer um de nós e continuará na sua grande missão de ajudar na geração de empregos em nosso país através do empreendedorismo. Muito obrigado pelas críticas. Só cheguei aonde estou por causa dos tombos dos quais aprendi. Este será mais um desses aprendizados. É injustificável a forma como me expressei sobre o papel das mulheres”.

Enfim, após sua frase machista, o empreendedor perdeu o cargo para uma mulher.

Sua empresa está preparada para enfrentar fatos negativos inesperados, como o que foi discutido aqui? A diversidade, na sua instituição, está realmente na cultura ou apenas na propaganda? Ela escolhe o respeito como valor?

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