Cunha Couto

Gestor de Crises

Decidir nas Crises

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Você provavelmente já ouviu falar da “solidão do comando”. Em alto-mar sob ventos intensos ou, no contexto militar, diante da iminência de um combate, o comandante se vê em um momento crucial: toda a tripulação aguarda por sua decisão — qual rumo seguir e com que prontidão e segurança agir.

Essa experiência de decidir sozinho é inerente às posições de liderança em qualquer instituição, mas ganha contornos ainda mais críticos quando se está diante de uma crise, imerso em uma verdadeira “nuvem de incertezas”.

Portanto, tomar decisões em situações de crises é, muitas vezes, um ato desafiador. Acertando ou errando, é necessário decidir — e arcar com a responsabilidade do que foi escolhido. Para isso, exige-se mais que agilidade: é preciso clareza, discernimento e, não raramente, coragem.

Isso porque, em meio ao caos, as informações tendem a ser escassas ou conflitantes, as emoções afloram e o tempo se torna um inimigo implacável. Nesse contexto, o líder precisa encontrar o equilíbrio entre razão e intuição, avaliando riscos e consequências com dados incompletos, contudo sem se permitir paralisar pela incerteza.

A crise, no entanto, é também um momento revelador. Ela desnuda fraquezas, mas também ilumina os valores essenciais de quem lidera. As escolhas feitas sob pressão não apenas moldam os desdobramentos da crise, mas também revelam o caráter de quem as faz.

Decidir numa crise, pois, é aceitar o peso da responsabilidade mesmo sem garantias, mantendo a integridade como norte.

E, acima de tudo, em uma crise, a pior decisão é não decidir. A omissão, nesse cenário, pode ser fatal.

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