Cunha Couto

Gestor de Crises

Crise do Metanol

Design sem nome (13)

A recente crise provocada pela contaminação de bebidas com metanol trouxe pânico à população e abriu espaço para o humor ácido nas redes sociais. Uma das piadas mais compartilhadas dizia: “Agora, o primeiro gole não é mais para o santo, é para o dono do bar. Só bebo depois que ele provar.” A tragédia, no entanto, remete a uma antiga história: foi o medo do envenenamento que originou o brinde com o voto de “saúde”.

Na Idade Média, o veneno — especialmente o arsênico — era uma arma comum contra inimigos. Por isso, tornou-se costume que o anfitrião bebesse antes do convidado, garantindo que a bebida fosse segura. Quando havia confiança, bastava o toque simbólico das taças, e o gesto de brindar transformou-se em sinal de amizade e boa-fé.

A história da saudação “saúde” nos lembra que a confiança é um fator essencial em qualquer relacionamento, seja ele afetivo ou profissional.

Hoje, ironicamente, a saudação “à saúde” ressurge em meio a um cenário de insegurança sanitária. É um alerta para a necessidade de maior fiscalização e responsabilidade no comércio de bebidas, mas também um lembrete de que a confiança — assim como a vida — pode se perder em um gole.

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