Não foi por acaso o anúncio de um acordo da Rússia com o Irã, mediado pela Turquia, na mesma semana que o presidente norte-americano Joe Biden visitava o Oriente Médio.
O objetivo geopolítico parece ser uma retirada dos EUA da Síria. E, por consequência, a perda de controle estratégico daquela região – se estendendo para o Líbano – que a OTAN conseguiu manter durante algum tempo depois da “Primavera Árabe”.
Alguns contrastam essa notícia com as de Israel se acertando com vários vizinhos do mundo árabe e, de certa forma, com a Rússia, já sabendo que a capacidade (e a vontade) dos EUA para darem reforço em caso de necessidade fica cada vez menor.
Para os aliados europeus é mais um baque, porque além de perderem o acesso ao petróleo e gás russo (auto-imposto), ficaram mais limitados ainda em fontes alternativas relativamente próximas, no norte da África e Oriente Médio (MENA).
Putin, com apoio do mundo árabe (feito na Guerra Fria), aposta mais uma vez na exaustão da Europa com essa guerra de atrito na Ucrânia. Vamos ver até quando os europeus aguentam, ou se vão começar a liberar atalhos, furando as sanções dos EUA.
Para nós aqui por essas bandas, não ficou muito claro, mas parece que o acordo Rússia e Irã não se limita a desenvolver fontes energéticas naquela parte do mundo, sendo de se imaginar que uma parte desse investimento venha parar na Venezuela e/ou Bolívia.
E a influência dos EUA vai murchando…