Cunha Couto

Gestor de Crises

Crise à vista: segurança no Ártico!

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Exploradores como Cristóvão Colombo abriram o Oceano Atlântico e Magalhães começou a mapear o Oceano Pacífico. Agora, países começam a explorar o que alguns estão chamando de “Passagem do Noroeste”: as águas árticas, resultantes do degelo cada vez maior, ano a ano.
É como se, no verão no hemisfério Norte, estivéssemos diante de um novo oceano na Terra.

Para muitos, isso se deve às mudanças climáticas e ao aquecimento global, ou a ambos.

Atualmente, o Ártico não pode ser atravessado durante os meses de inverno, mas durante o verão o gelo derrete e torna essa rota marítima navegável, ainda mais com a passagem de navios quebra-gelos. Somente a Rússia, já dispõe de 25 desses navios.

De acordo com algumas previsões pessimistas, o Ártico pode ficar sem gelo em 2030. De qualquer forma, nos dias de hoje, com o degelo, essas águas estão cada vez mais navegáveis, favorecendo o comércio e também as presenças militares navais.

Com isso, já está presente nessa região uma grande disputa política, e também diplomática e militar.

A região do Ártico abrange não apenas o gelo congelado na parte mais setentrional do globo, mas também se estende por várias nações: Canadá, Estados Unidos (Alasca), Rússia, Islândia, Dinamarca (Groenlândia), Noruega, Suécia e Finlândia.

Esses países são membros do Conselho do Ártico, criado para cooperar e coordenar questões comerciais e ambientais, mas não lida com questões de segurança, a não ser as de busca e salvamento.

A questão da segurança do Ártico remonta ao pós Segunda Guerra Mundial, com o surgimento da Guerra Fria e as ameaças de uso de mísseis balísticos intercontinentais, armados com ogivas nucleares, aproveitando a rota mais curta entre a Rússia e os EUA sobre o círculo ártico.

Hoje, esse temor recai, também, sobre outras nações como o Irã e a Coreia do Norte.

Atualmente, a Rússia e a China estão se projetando cada vez mais no Ártico. A China está buscando aí petróleo e gás, e a Rússia está com comunidades de infantaria motorizada especializada na guerra do Ártico, perto da fronteira com a Noruega.

Já os Estados Unidos têm duas bases militares no Alasca e uma base aérea na Groenlândia.
Além da segurança no Ártico, há a questão da pesca, com algumas espécies de peixes avançando no oceano Ártico, à medida que se adaptam às temperaturas mais quentes da água, e buscando ecossistemas que lhes ofereçam maiores chances de sobrevivência.

Eis outra área de atrito!

Nas próximas décadas o gelo provavelmente continuará a derreter e, assim, podemos prever crises nas explorações comerciais, políticas e militares nessas águas geladas.

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