Cunha Couto

Gestor de Crises

Brincar com fogo

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Crescem as tensões entre China e Estados Unidos com o que são interpretadas como provocações norte-americanas: doze dias após a visita a Taiwan da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, no início deste mês de agosto, chegou a Taipei, no último domingo (14/08), uma delegação de legisladores, chefiada pelo senador democrata Ed Markey.

Militares chineses informaram ter realizado mais exercícios perto de Taiwan nessa segunda-feira (15/08) como reação à visita não anunciada dos legisladores norte-americanos.

A reação da China à visita de Pelosi a Taipei já havia sido contundente. O Ministério chinês das Relações Exteriores classificou o fato como “brincar com fogo” e advertiu que “aqueles que brincam com fogo perecerão por ele”.

O aviso não ficou no papel. Pequim disparou vários mísseis balísticos nas águas ao redor de Taiwan como parte de seus maiores exercícios militares de todos os tempos na região. Intencionalmente, cinco desses disparos caíram em águas territoriais japonesas.

Para qualquer analista de crise, os recados chineses foram claros: a China pode vir a impor bloqueio a Taiwan e a presença militar norte-americana em Okinawa faz do Japão um alvo.

Como em todo conflito, esta crise tem um grande componente político. Em outubro ocorrerá o Congresso do Partido Comunista da China, e o presidente Xi Jinping deverá ser confirmado para um terceiro mandato, necessitando para isso projetar uma imagem de força, em especial em relação a Taiwan, cuja unificação com a China é um claro objetivo geopolítico.

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