Cunha Couto

Gestor de Crises

Bomba de vácuo: mecanismo de morte

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Novamente, a Rússia é acusada de utilizar uma bomba termobárica na guerra contra a Ucrânia. Esse tipo de armamento, também conhecido como “bomba de vácuo”, é composto quase totalmente por combustível explosivo que suga o oxigênio após o impacto para gerar uma detonação mais prolongada e de alta temperatura.

Na Wikipédia, vemos que a maioria dos explosivos convencionais consiste de uma mistura de combustível e oxidante (a pólvora contém 25% de combustível e 75% de oxidante), enquanto as armas termobáricas são quase 100% de combustível e, portanto, significativamente mais energéticas do que as convencionais de igual peso, o que as torna mais destrutivas quando usadas contra trincheiras, túneis, bunkers e cavernas – em parte devido à onda de explosão e, em parte, ao consumo do oxigênio disponível.

O uso de armas termobáricas, que sugam oxigênio do ar circundante para gerar uma explosão de alta temperatura, é amplamente condenado por organizações de direitos humanos.

Um relatório da Human Rights Watch, de 1º de fevereiro de 2000, quando a Rússia foi condenada pelo uso dessa bomba na Chechênia, cita um estudo feito pela Agência de Inteligência de Defesa dos EUA: “o mecanismo contra alvos vivos é único: o que mata é a onda de pressão e, mais importante, a subsequente rarefação [vácuo], que rompe os pulmões…”.

Onde bombas termobáricas já foram utilizadas?

Essas armas têm sido usadas pelas forças russas e ocidentais desde a década de 1960. Os EUA as utilizaram principalmente para atacar complexos de cavernas no Afeganistão, onde se pensava que a Al Qaeda estava escondida.

Mais recentemente, a Anistia Internacional informou que o governo sírio utilizou munições termobáricas contra insurgentes na Síria. Agora, alega-se que a explosão que destruiu uma refinaria de petróleo na região de Sumy, na Ucrânia, foi causada por uma arma termobárica, embora isso ainda não tenha sido verificado de forma independente.

Assim, se essas armas, de fato, forem usadas nos ambientes urbanos das cidades ucranianas, as baixas civis podem ser extremamente graves.

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