A experiência de 13 anos no gabinete de crises da Presidência da República nos mostrou que, com o correr do mandato presidencial, as autoridades – inclusive, por vezes, o próprio Presidente – vão descobrindo quão pleno de limitações é o poder do Governo Federal.
Um exemplo clássico tem sido a descoberta de que o uso de meios militares para atuar como contribuição a solução de uma crise não é sem custo.
Mais grave, ainda, é a tomada de consciência de que o orçamento para o início do novo governo foi montado pelo presidente anterior. Por conseguinte, as verbas parecem ser mínimas e estarem nas rubricas menos relevantes, na nova visão. Nem seria necessário relembrar que os gastos fixos do Governo deixam margens mínimas de ação para os novos governantes.
Com isso, as ordens emanadas do mais alto nível decisório não são automaticamente cumpridas, esbarrando, ainda, em limitações outras, como as jurídicas e as legais, além das orçamentárias.
É, portanto, necessário um constante monitoramento de como está o andamento da ordem emanada “lá de cima”.
Em síntese, o processo decisório de um Presidente pode acabar pleno de frustrações e de promessas impossíveis de serem atendidas. Assim, todo novo Presidente irá descobrir o quão curto é o “período de graça” que lhe é concedido.