Cunha Couto

Gestor de Crises

As lideranças perversas em Gaza

CCBlog270

Em Gaza, mais mortes e mais destruição.

Fortes bombardeios de Israel contra o território palestino, interrompendo o cessar-fogo, com sinal verde de Trump, deixaram centenas de novos mortos e feridos em uma população já combalida, além de praticamente destruírem o que restava das estruturas nas cidades.

Os ataques continuam, com novas vítimas sob os escombros dos edifícios destruídos, inclusive oito colaboradores de uma organização britânica de ajuda humanitária. A justificativa é a de perseguir o objetivo de eliminar comandantes militares e políticos do Hamas.

O primeiro-ministro Netanyahu declarou que os ataques continuarão e que qualquer negociação futura sobre o cessar-fogo ocorrerá “sob fogo”. No mesmo sentido, “as portas do inferno se abrirão”, alertou Trump ao Hamas.

Parece que o objetivo final seria tornar Gaza inabitável para depois ocupá-la e reconstruí-la, quem sabe com a ajuda de Trump. É algo maquiavélico.

Na outra ponta, há desespero por parte das famílias dos 24 reféns ainda vivos, que continuam sob o poder do grupo terrorista Hamas e seriam entregues durante o cessar-fogo, que foi interrompido. O medo toma conta desses familiares.

Dos 251 sequestrados durante o ataque terrorista do Hamas, em 7/10/2023, no território de Israel, 59 ainda estão em Gaza, sendo que 34 desses foram declarados mortos.

A sensação é de que o governo de Israel desistiu dos reféns. A vida dos civis palestinos e dos reféns israelenses sequestrados pelo Hamas deixou de ter valor.

Críticos do primeiro-ministro israelense argumentam que ele rejeitou diversas propostas de acordo para encerrar a guerra e libertar mais reféns, a fim de preservar seu governo, apoiado por extremistas da ultradireita.

Agora, começam os protestos de milhares de israelenses no centro de Tel Aviv contra a retomada dos combates em Gaza, alegando que todas essas mortes e destruição ocorrem para que Netanyahu permaneça no cargo; uma necessidade de continuar a guerra para sua sobrevivência política.

Tudo isso ocorre com apoio político e militar dos EUA, também responsável pelos exagerados massacres em Gaza.

Tanto para o Hamas, que matou mais de 1,1 mil pessoas em Israel no ataque terrorista em 2023, quanto para o governo Netanyahu, que pôs Gaza abaixo como retaliação, a continuidade do conflito garante que ambos se mantenham no poder.

É muita perversidade.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *