Cunha Couto

Gestor de Crises

Apostas online

CCBlog213

Ao lidarmos com crises que afetam a saúde humana, como as pandemias, o grande problema é que sempre surge uma cepa mais perigosa e contagiosa do que as identificadas anteriormente. Nessa mesma direção, temos as crises causadas por novos comportamentos compulsivos que levam à destruição de pessoas e de suas famílias.

Eis que o alerta de uma nova ameaça generalizada de comportamento está, finalmente, presente em nossos noticiários: a dependência em jogos de azar já é considerada a terceira maior do mundo, superada apenas pelos vícios do tabaco e do álcool!

Os jornais Folha de São Paulo, Correio Braziliense, O Estado de São Paulo e O Globo, de 25/09/24, relataram que o Brasil está enfrentando uma “epidemia” de apostas online, com um gasto de R$ 21,1 bilhões em agosto, apenas através de transferências via Pix, conforme dados do Banco Central.

Cerca de 24 milhões de pessoas físicas fizeram essas transferências, e há uma preocupação crescente com a dependência dos jogos, especialmente entre beneficiários do Bolsa Família, pois cerca de 5 milhões desses beneficiários gastaram R$ 3 bilhões em apostas em um único mês.

Em sequência, o jornal Folha de São Paulo, de 26/09/24, mostrou que os gastos dos brasileiros via Pix com apostas em 2024 devem chegar a R$ 216 bilhões.

É muito sério isso, especialmente entre pessoas de baixa renda, que acabam se endividando para alimentar o vício.

De fato, todos acabamos sendo atingidos por pandemias e por comportamentos compulsivos, mas a realidade é que ambas as crises têm sido mais cruéis para camadas da população mais pobres e despreparadas para enfrentá-las.

Tendo, portanto, a concordar com Thomas Friedman, do New York Times, quando cita que “pandemias financeiras e biológicas expõem governos que não estão à altura do desafio”.

Afinal, é nessas crises que os governos são colocados em xeque!

São tempos de novos temas que parecem virar tudo de cabeça para baixo…

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