Em 1972, ocorreu um atentado em que um grupo terrorista palestino assassinou onze atletas israelenses durante as Olimpíadas de Munique, na Alemanha. Essa foi mais uma demonstração de que grandes eventos esportivos, ao atraírem a atenção mundial, levantam preocupações sobre a segurança do seu público e dos demais atores envolvidos.
Para o terrorismo, um atentado nessas competições atende ao propósito de causar grande impacto midiático, devido às brutais cenas que decorrem das suas ações em grande número de pessoas. Há, pois, uma grande preocupação europeia, atualmente, com dois desses eventos ocorrendo em sequência: a Eurocopa, na Alemanha, e as Olimpíadas de Paris.
Esse é um dos fatores que, segundo a porta-voz adjunta do Pentágono (Sabrina Singh), levaram, desde 1º de julho, os EUA a elevarem o nível de alerta de suas bases militares na Europa para “Charlie” (ataque terrorista provável), sendo “Delta” o mais alto (ataque efetivamente ocorrendo). Essas medidas valem para as instalações e para as famílias dos militares. Recordemos que há cerca de 100 mil militares americanos distribuídos em quase 80 instalações na Europa.
O alerta é algo muito grave e que não ocorria há dez anos nesse continente. Além dos eventos esportivos, há outros fatores nessa decisão. Um deles é o conflito entre Israel (apoiado pelos EUA) e o grupo palestino Hamas, na Faixa de Gaza, com o combate extrapolando a região e atraindo, dentre outros, o Irã e seus tentáculos armados, para aumentar o clima de instabilidade local. Para agravar o cenário, as autoridades francesas divulgaram que já desbarataram dois planos terroristas do Estado Islâmico.
Há, ainda, as tensões decorrentes da Guerra na Ucrânia e a atual instabilidade política na França, que geram protestos em diversos pontos do país. Portanto, além do alto risco de ataques cibernéticos, sempre presentes em grandes eventos, há, no momento, probabilidade de ataques terroristas na Europa.