Aprendi com o Embaixador José Antônio Macedo Soares que datas históricas não são festejadas por acaso, mas sim por sua importância para sociedades, muitas vezes recordando e chamando a atenção para momentos pós-crises.
10 de junho
Data da morte, em 1580, do poeta Luiz Vaz de Camões, sem deixar dinheiro para pagar o próprio enterro. Em homenagem, quiçá sem precedentes, ao poeta maior da nação, o 10 de junho foi escolhido como data nacional de Portugal. O primeiro caráter festivo dessa data foi no ano de 1880, por um decreto real de D. Luís I, que declarou “Dia de Festa Nacional e de Grande Gala” para comemorar, somente após 300 anos, a data da morte de Luís de Camões. Mas o 10 de junho foi realmente exaltado durante o regime de Salazar, com a generalização dessas comemorações, abrangendo o Dia de Camões, de Portugal e da Raça. A Terceira República (25/4/1974) converteu, em 1978, a data no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
13 de junho
Em 1774, há 250 anos, Rhode Island passou a ser a primeira colônia americana a proibir a importação de escravos, e, em 1784, aprovou a Lei de Emancipação Gradual, que estabelecia que crianças nascidas de pais escravos não seriam escravas. Essa legislação seria aprovada no Brasil como Lei do Ventre Livre, de 28/9/1871, que estabelecia que filhos de escravos nasceriam livres.
23 de junho
Será recordado que, nesta data, em 1994, há 30 anos, a República da África do Sul foi readmitida na Organização das Nações Unidas, de onde esteve banida por vinte anos, até abolir o apartheid e convocar eleições multirraciais. O país de 11 línguas oficiais é conhecido por sua biodiversidade e pela grande variedade de culturas, idiomas e crenças religiosas. Os negros sul-africanos, no entanto, foram completamente emancipados apenas após o fim do regime do apartheid. Durante o século XX, a maioria negra lutou para recuperar os seus direitos, que foram suprimidos durante décadas pela minoria branca, dominante política e economicamente.
27 de junho
A primeira usina nuclear de produção de eletricidade foi inaugurada, em 1954, em Obninsk, na Rússia, 100 km ao sul de Moscou, só sendo desativada em 2002. Foi o início do uso da tecnologia nuclear em seu emprego dual, após as bombas em Hiroshima e Nagasaki durante a II Guerra Mundial. Hoje, dentre outros usos, gera os radiofármacos para diagnóstico e tratamento de câncer.