Cunha Couto

Gestor de Crises

A responsabilidade dos colonizadores

CCBlog 163

Foi bastante noticiado que o governo português sinalizou seu reconhecimento pelos crimes cometidos nas colônias na América, na Ásia e na África, abandonando a versão romântica das coisas boas advindas do colonialismo.

O presidente de Portugal declarou que o país assume total responsabilidade pelos crimes como a escravidão, o massacre de povos indígenas e o saque de bens, concluindo que o Estado estaria disposto a pagar os custos. O Estado de São Paulo publicou, em 25/4, o que chamou de uma “onda revisionista” sobre esse tema em diversos países.

Em 2021, a Alemanha anunciou, com um pedido de desculpa, o reconhecimento de que praticou genocídio na Namíbia, se comprometendo a manter um fundo de US$ 1,35 bilhão em ajuda ao país. Ativistas na França vêm pedindo a devolução, pelo país, de US$ 21 bilhões, acrescidos de 200 anos de juros, pagos pelo Haiti em reconhecimento de sua independência, em 1804.

O rei Charles III, em visita ao Quênia, pediu desculpas pelas atrocidades cometidas na época colonial pelo Império Britânico. O rei da Holanda, Willem-Alexander, pediu desculpas pelo envolvimento do país no comércio de escravos durante a era colonial, e criou um fundo de 200 milhões de euros para reparações.

Há, portanto, em curso, claro movimento de pedidos de desculpas (a parte mais fácil) por países colonizadores pelo colonialismo e pela escravização de milhões de africanos entre os séculos 15 e 19.

Esses pedidos de desculpas e reconhecimentos históricos não só refletem uma conscientização crescente sobre os erros do passado colonial, mas também destacam a importância da gestão de crises para as relações internacionais contemporâneas.

A habilidade de confrontar e lidar com o legado colonial de maneira transparente e responsável tornou-se crucial para a reputação e a credibilidade dos Estados, tanto em nível nacional quanto internacional.

A recusa em reconhecer os erros do passado pode resultar em tensões diplomáticas e sociais, enquanto a abordagem proativa na resolução dessas questões pode contribuir para a reconciliação e a construção de pontes entre nações anteriormente colonizadoras e colonizadas.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *