Entender a linguagem dos atores numa crise é tarefa fundamental em seu gerenciamento. A Diplomacia emprega esse recurso há muito tempo e com interpretações já consolidadas.
Tanto é assim que, nas relações de poder em crises entre Estados, a estratégia de persuasão é a de maior racionalidade, onde ideias e objetivos são discutidos no mais elevado nível de entendimento da linguagem entre os contendores: é esse o campo da Diplomacia. A cada ação, desde o chamamento do Embaixador para explicações, há o entendimento se está havendo uma escalada ou uma aproximação por uma solução para a crise instalada.
Exemplo recente, em gesto do Brasil contra o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, foi publicada a remoção, sem substituto, do então Embaixador brasileiro em Israel – Frederico Meyer, que deixou Tel Aviv e desembarcou em Genebra como representante do Brasil na Conferência de Desarmamento da ONU.
Dessa forma, o Brasil deixou de ter Embaixador em Israel.
O ato não significa uma ruptura completa de relações diplomáticas com Israel. A embaixada será, a partir de agora, liderada pelo encarregado de negócios, reduzindo a importância da representação.
Entretanto, diplomaticamente, é um sinal aos israelenses de desagrado e do grau de prioridade e de relevância que o governo brasileiro quer ter com o governo israelense. Em outros termos, é rebaixado o nível da relação com Israel e persiste crise diplomática entre Lula e Netanyahu.