Trata-se de uma crise que gerou um emaranhado envolvendo as duas Coreias, os EUA, a China, a Rússia e o Japão.
Há muito tempo, a Península Coreana vive um clima de guerra e paz, apesar do acordo de 1991, que descrevia uma relação especial entre as Coreias, visando a uma reunificação.
No entanto, a Coreia do Norte revisou recentemente sua Constituição e passou a definir a Coreia do Sul como um “Estado hostil” e, em consequência, destruiu trechos de rodovias e ferrovias que, até então, ligavam os dois países.
A China, aliada da Coreia do Norte, pediu às partes uma solução política. Contudo, há muito tempo, testes de mísseis norte-coreanos costumam cair no Mar do Japão, próximo a Hiroshima, onde há uma base militar dos EUA.
O Japão, por sua vez, vem promovendo mudanças, atualizando suas Forças Armadas para ações preventivas, e não mais apenas defensivas.
Complicando todo esse quadro, a recente revelação de que tropas norte-coreanas estão sendo enviadas para lutar ao lado da Rússia na Ucrânia marca um ponto crítico nesse conflito, despertando preocupações em todo o mundo.
Com isso, Seul convocou o embaixador russo e declarou apoio à Ucrânia.
Na verdade, a Rússia acaba de admitir a escalada nesse conflito ao permitir a incorporação às próprias forças de um efetivo da Coreia do Norte, que, oficialmente, estaria em “adestramento para participação em conflitos que exigem conhecimentos especiais que as forças coreanas ainda não possuem”.
Segundo a Gazeta do Povo, a entrada da Coreia do Norte na guerra é o desdobramento de um acordo militar assinado entre russos e norte-coreanos, que prevê o fornecimento de assistência militar mútua em caso de guerra.
Para especialistas em direito internacional, a Coreia do Norte tomou partido e, tecnicamente, declarou guerra à Ucrânia.
Todo esse quadro se soma à formação de blocos antagônicos em diferentes regiões do planeta, relembrando políticas de alianças que já levaram a humanidade a guerras mundiais.
Convém lembrar que a Primeira Guerra Mundial se iniciou de forma prosaica, como reação ao assassinato do Grão-Duque da Áustria-Hungria por um rebelde sérvio, desencadeando alianças internacionais que resultaram no violento conflito armado mundial.