Entre os dias 16 e 22 de outubro deste ano, foi realizado, em Pequim, o XX Congresso Nacional do Partido Comunista da China. Estiveram presentes 2.296 delegados escolhidos entre os 96,7 milhões de membros do Partido Comunista Chinês.
A reunião, realizada a cada cinco anos, foi presidida pelo próprio Xi Jinping, que emerge deste Congresso fortalecido após alcançar um terceiro mandato quinquenal como chefe do Partido e tendo colocado seus mais fiéis aliados em postos chaves. Em suma, Xi Jinping ficará, pelo menos, mais cinco anos no poder, como secretário-geral do Partido Comunista Chinês.
Após o final do Congresso, Xi Jinping apresentou à imprensa estrangeira os demais seis membros do Comitê Permanente do Politburo, o lócus de maior poder político no Governo: Li Qiang, ZhaoLeji, Wang Huning, Cai Qi, Ding Xuexiang e Li Xi.
O Congresso elegeu os 200 membros e 170 substitutos do Comitê Central que serão os chefes do partido nos próximos cinco anos. Os membros do Comitê Central respondem aos 25 membros do Politburo, que por sua vez estão subordinados aos sete membros do Comitê Permanente do Politburo, sob a direção de Xi Jinping.
O poder de Xi Jinping também foi reforçado com quatro alterações ao texto constitucional do Partido Comunista e que refletem o pensamento político de Xi e lhe conferem ainda maior controle estatal na sociedade e na economia. E uma nova era.
Desafios
O Congresso também sublinhou a proibição de se tratar da “independência de Taiwan”. A “reunificação” de Taiwan à China é item importante na agenda de Xi Jinping de “rejuvenescer” a nação chinesa. Cabe recordar que Xi nunca declarou ter aberto mão da possibilidade do uso da força contra Taiwan.
Resta ver agora como a nova equipe de Xi consegue lidar com um leque de problemas, o mais sério dos quais pode ser a queda no ritmo de crescimento da economia.
Não menos importante é o atrito com os Estados Unidos em matéria de comércio internacional.
Ademais, será necessário lidar com os incômodos 3 “Ds”, a saber “disease” (COVID19), “drought” (seca) e “debt” (endividamento, sobretudo no setor imobiliário).
Quem terá dito que um governo forte não sofre com crises?