O tempo, em situações de crise, não pertence, inteiramente, ao decisor, mas só ele dará a palavra final, no momento que julgar correto, no seu tempo político.
Para isto, ele tem que gerenciar a crise com três noções que chamamos de tempo cronológico, tempo-ritmo e tempo-oportunidade.
O tempo do relógio é implacável, pois não há controle sobre ele, mas se sabe que não há tempo a perder na tomada de decisão sobre uma crise que se avizinha.
Por outro lado, se estamos numa posição favorável, de força militar, ou econômica, ou midiática, ou política, é aconselhável que aumentemos o ritmo das ações na busca de uma solução para a crise.
Caso estejamos vivendo o contrário, ou seja, numa posição de fragilidade, devemos reduzir o ritmo das negociações até que se obtenha uma estatura favorável diante da crise.
Por fim, a noção da oportunidade, que é o momento em que o decisor decide aplicar seu poder, é a principal noção de tempo que um estadista deve ter.
Ainda neste sentido, imaginem o quanto a falta de recursos afeta a questão do tempo e a forma de tomar decisões…
É comum, a qualquer um de nós, até mesmo em nossa vida pessoal, em situações de escassez, não pensar nas questões mais distantes no tempo, pois as prioridades serão os problemas mais próximos.
Isso se dá no mais alto nível de governo ou de empresa: a prioridade acaba sendo decidir sobre o que, mais próximo, está colocando em risco a governabilidade.